MENU
Tarcisio Corrêa • abr. 21, 2022

Dúvidas sobre saúde mental?

PERGUNTE AO MOVENTE

Procrastinação: quando começa a ser um problema?

Scroll Indicator

Você já conhece a palavra procrastinação, certo? Afinal, quem de nós meros humanos não adiou algum tipo de tarefa por simplesmente não estarmos no mood para tal, não é mesmo?


Isso é parte normal da vida atribulada de uma pessoa que mantém uma agenda corrida e cheia de afazeres, sejam eles atrelados ao trabalho, os estudos ou até mesmo a rotina de organização da casa, por exemplo.


Devemos considerar a procrastinação como um problema mais sério quando ela é recorrente e nos impede de resolver tais tarefas por um longo período de tempo, fazendo com que nosso desempenho seja prejudicado.


O que é procrastinação?


A procrastinação é, por muitas vezes, erroneamente atrelada a traços de personalidade como a preguiça ou falta de força de vontade, o que pode fazer com que o paciente que possui uma condição subjacente derivada dela duvide de sua habilidade de se portar no mundo.


Também definido como protelação, este sintoma reflete na relação do paciente com o presente, ou com o desejo dele de resolver de imediato os problemas que surgiram, passando a se preocupar com o “futuro” somente quando esse chega.


Quando uma pessoa procrastina, ela poderá estar colocando de lado uma tarefa em específico por inúmeros motivos, sendo mais recorrentes aqueles ligados ao emocional, seja por estresse, tédio ou até mesmo autodúvida.


Ao evitar e fugir de tais tarefas, o paciente pode sentir uma espécie de alívio, mesmo por um curto período de tempo, o que pode se transformar num círculo que pode ser perigoso para sua saúde emocional, visto que ele não poderá ignorar este afazer para sempre, fazendo com que ele revisite os sentimentos negativos anteriormente evitados.


Como falamos no início de nossa conversa, não é nada incomum enrolar o desdobramento de algumas tarefas ocasionalmente, muitos de nós usamos deste mecanismo para fugirmos do desconforto de marcar uma consulta médica embaraçosa ou até mesmo realizar um trabalho nada satisfatório.


O problema se encontra justamente quando a procrastinação deixa de ser algo isolado e se torna uma condição crônica, dado que, quando ela passa a ser sua primeira opção para as adversidades da vida, isso pode começar a afetar negativamente seu emocional e saúde mental, assim como sua habilidade de desenvolver tarefas antes consideradas corriqueiras.


Por considerar a procrastinação crônica um assunto sério e que deve ser devidamente tratado, nós aqui do Movente preparamos este artigo pensando justamente em você, mente pensante.


Vamos começar?


Sinais e comportamentos comuns da procrastinação na saúde mental


Nos últimos anos, devido à pandemia que enfrentamos, o ato de protelar as tarefas que devemos performar têm se mostrado bem recorrente em nossas vidas, independente da idade.


Reiterando o que falamos anteriormente, o problema não se encontra em casos isolados de evitar a tarefa por algumas horas ou dias, devemos redobrar nossa atenção quando procrastinar se torna um padrão em nossas vidas.


Para te auxiliar a perceber os sinais advindos desta condição, destacamos alguns dos comportamentos mais observados por especialistas em pacientes diagnosticados.


São eles:


·        Dificuldades regulares em cumprir prazos de entrega de tais tarefas;

·        Adiar coisas em diversas áreas da vida, como em casa, no trabalho e na vida social, tudo isso simultaneamente;

·        Se distrair facilmente;

·        Perceber que está evitando os afazeres sempre que pode;

·        Arrumar inúmeras desculpas para justificar a não realização de tarefas;

·        Possuir dificuldades de admitir, tanto para si mesmo quanto para outras pessoas, que você está procrastinando.

·        Perceber que está preenchendo seu tempo com tarefas e afazeres menos importantes;

·        Sentir-se estressado acerca de tudo que você precisa fazer, afetando assim sua capacidade de dormir;

·        Sentir-se incapaz de procrastinar, mesmo quando isso te traz consequências indesejáveis no trabalho, estudos ou em casa.


Procrastinação e sua relação com sua saúde emocional e mental


Diversas pesquisas na área da saúde mental apontam que a sua tendência a procrastinação está ligada diretamente aos fatores relacionados ao seu humor e o estado em que suas emoções se encontram no momento.


Isso significa que você não está sendo improdutivo ou preguiçoso, o motivo pode estar entrelaçado em suas vivências ou nas expectativas acerca de quais emoções aquela tarefa pode trazer para você.


Talvez, a procrastinação pode ser um mecanismo de defesa da sua psique, que, ao perceber que emoções negativas estejam no horizonte, faz com que você passe a ignorar tais afazeres, de modo a se proteger.


Como exemplo disso, podemos citar uma situação difícil com um familiar.


Digamos, que, independente do motivo, você tenha discutido com um irmão ou irmã, e, após refletir sobre isso, venha a perceber que estava errado e o mais certo a se fazer seja se desculpar.


A procrastinação entra em cena quando você sabe que deve ligar ou se encontrar para se desculpar, mas mesmo assim evita fazê-lo, já pensando nos transtornos emocionais que esta atitude pode trazer, sempre deixando para outro dia ou outro momento em que se sinta preparado para desenvolver tal ação.


Por isso, sua saúde emocional desenvolve um papel-chave para a quebra de comportamentos de protelação.


Uma vez que se entende e identifica possíveis gatilhos, os problemas, independentemente da magnitude e origem, poderão ser tratados de frente, evitando a procrastinação e momentos de remoer emoções negativas advindas deles.


Procurar ajuda de um profissional qualificado da saúde mental é uma ótima pedida para te auxiliar neste caminho — O MOVENTE PODE TE AJUDAR!


Procrastinação como sintoma de condições da saúde mental


Protelar pode possuir uma origem um pouco mais séria e profunda do que apenas se tratar de uma dificuldade em endereçar suas emoções.


Pessoas que vivem com ansiedade, por exemplo, passam grande parte de seu tempo se preocupando com o seu desempenho em algumas tarefas, e antecipando o que pode dar errado ou os sentimentos vindos deles.


Esse tipo de situação pode levar a quadros de hesitação. O sentimento de sempre precisar performar com perfeição possui papel essencial na procrastinação.


Quando o paciente sente que não poderá dar o seu máximo numa tarefa, a ansiedade acarretada por este sentimento pode fazer com que ele desista de desempenhar tal tarefa, sempre deixando para depois.


Pacientes depressivos por sua vez, geralmente se encontram sem energia e possuem uma visão deturpada de seu autovalor.


Este cenário se torna propenso para quadros de negligência e faz com que o paciente sinta que não é bom o bastante para desenvolver tarefas específicas.


O problema aqui está enraizado nos baixos níveis de motivação destas pessoas, que, devido à depressão, estão constantemente duvidando de suas habilidades.


Por ter como sintomas a distração e a dificuldade de concentração, a procrastinação pode estar ligada também a quadros do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH.


Esperamos que com nosso papo de hoje aqui no Movente você consiga entender que a procrastinação deve ser considerada, quando recorrente, como algo muito sério.


Devemos deixar de lado preconceitos constituídos da vida em comunidade e perceber que diversas condições acerca disso podem fazer com que uma pessoa evite desempenhar certas tarefas.


Caso você, ou algum conhecido esteja passando por episódios de procrastinação crônica, o mais correto a se fazer é procurar por ajuda médica especializada, de modo a tratar corretamente a condição e obter de volta sua qualidade de vida.


Nunca se esqueça de que nós aqui do Movente estaremos sempre à disposição para te auxiliar a cada passo do caminho para que sua mente pensante esteja sempre em sua mais perfeita saúde, combinado?


Aquele abraço e até a próxima!



Faça o nosso teste de ansiedade

Outros Assuntos

Share by: